eclipse + vim = eclim #ftw

A grande maioria dos desenvolvedores java costuma usar IDEs, seja Eclipse, NetBeans ou Intellij IDEA (me recuso a contar o JDeveloper como opção válida :P).

É inegável que, em se falando de java, conseguimos um grande ganho de produtividade por causa das facilidades que a IDE consegue nos proporcionar. Compilação incremental, validacão de XSD/XML, refactoring, busca avançada no código, enfim, muitas funcionalidades bem interessantes para acelerar o desenvolvimento.

Achei durante boa parte da minha vida que não conseguiria viver sem uma IDE. Sério, achei que quando o Eclipse morresse, eu teria que tirar férias, ou ia ficar naquele fluxo maluco de abrir o javadoc em um monitor e o editor de texto em outro.

O grande problema de pensar dessa forma é que, mesmo que sem querer, eu acabei me convencendo que era quase impossível viver sem uma IDE, e portanto, não adiantaria me esforçar pra ver novas alternativas.

O fato é que, da mesma forma que em toda história que se preze, uma reviravolta aconteceu. Conheci um tal de ruby, uma linguagem que me lembrava perl (canivete suíço de primeira), mas ao mesmo tempo mostrava fortes características de OO. Inevitavelmente, começaram as dificuldades, como ter que ficar com o irb o tempo todo aberto (o que nem é tão ruim assim, acho vantagem hoje em dia).

E o inevitável aconteceu, depois de uns 2 meses usando ruby full-time eu já não consultava mais os RDocs, e boa parte dos métodos, argumentos, etc, eu simplesmente sabia!. Aí que eu comecei a me perguntar se isso era mérito do ruby, que é mais intuitivo e tal. A melhor forma de provar isso seria começando a desenvolver usando alguma linguagem, sem o autocomplete!

Fiz a prova com o java, e me assustei novamente: eu de fato sabia boa parte das coisas do uso do dia-a-dia, mesmo sem o autocomplete! Conversando com uns amigos, chegamos à conclusão (entre nós, YMMV), que o grande problema no fim das contas era a zona de conforto. Eu achava impossível decorar algo que eu sabia de cor já!

Mas é claro que autocomplete é útil e legal - o grande problema é ser dependente dele pra conseguir trabalhar. Como já estou mais que acostumado com o meu bom e velho vim, achei que seria difícil ficar distante do editor, e me peguei diversas vezes escrevendo um monte de keystrokes do vim dentro do eclipse, vendo o código quebrar. Precisava de alguma coisa que colocasse o vim dentro do eclipse, ou o eclipse dentro do vim.

eclim

Acabei achando um negócio bem interessante: um cara que subia uma versão do eclipse headless (sem interface gráfica), e expunha o JDT (java development toolkit) através de um mini-servidor, embutido. Some isso à um cliente pra esse servidor implementado dentro do vim, e voilá, você acabou de ganhar tudo que você tinha dentro do eclipse na boa e velha telinha do vim :)

Os passos de instalação vou deixar pra um próximo post, caso vocês tenham interesse nesse tipo de coisa, deixe um comentário aqui no blog! (é sério, feedback será mais que bem vindo!)

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